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TRUMP ATACA O BRASIL – O POVO PRECISA RESPONDER

Como forma de responder a sua perda de espaço na concorrência internacional, o governo de Donald Trump tem respondido com uma guerra tarifária contra vários países. Agora, o alvo é o Brasil. Numa escalada sem precedentes em seus ataques à soberania brasileira, em carta dirigida ao presidente Lula, Trump anunciou que a partir de 01 de agosto vai taxar em 50% nossas exportações ao país.

Sem esconder o teor político-ideológico de uma decisão comercial, um dos motivos alegados logo no primeiro parágrafo, é a alegação de que o Estado brasileiro estaria perseguindo Bolsonaro injustamente. Com isso, Trump entra diretamente na disputa eleitoral brasileira e sinaliza apoio descarado ao campo mais entreguista da nossa burguesia.

Os setores burgueses que apoiam a taxação, mesmo aqueles que disfarçam seu apoio à medida de Trump, alegam se tratar de punição ao Brasil causada por escolhas erradas do governo. Leia-se: manter-se nos BRICS, condenar, ainda que só em palavras, o genocídio palestino promovido pela aliança Israel-Estados Unidos, assim como condenar os ataques de ambos ao Irã. O que esses setores querem é um alinhamento completo do Brasil aos Estados Unidos, transformando-nos praticamente em sua colônia, ou em um Estado “associado” como Porto Rico.

Além de deixar clara sua opção eleitoral por Bolsonaro, a taxação é uma retaliação à justiça brasileira que regulamentou o conteúdo das plataformas digitais gringas. Por tabela ataca os BRICS, buscando atingir o Brasil, justamente seu elo mais fraco.

A carta de Trump acusa o Brasil de se beneficiar da relação comercial com os Estados Unidos. Porém, os dados reais não sustentam essa narrativa. Desde 2009 apresentamos déficits nessa relação, ou seja, mais importamos do que exportamos para o país. O déficit acumulado entre 2009 e 2024 é de 410 bilhões de dólares.

A taxação não foi bem recebida pela burguesia brasileira. A reação dos setores capitalistas mais atingidos pela taxação, como a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi a de condenar uma decisão movida por interesses políticos. Até o Estadão, que não pode ser acusado de simpatias governamentais, condenou a interferência estadunidense na soberania nacional. Pede que “…o Brasil não se vergue diante dos arreganhos de Trump”. A medida provocou desgaste na imagem da extrema-direita fascista.

Os setores burgueses iludem-se com a ideia de que a taxação possa ser resolvida por negociações diplomáticas. Essa frouxidão não deve nos surpreender. Só a massa trabalhadora é capaz de encampar uma luta consequente em defesa da soberania nacional.

A decisão de Trump e seus capachos internos exige uma resposta dura do governo brasileiro. Lula deve fazer pronunciamento em cadeia nacional de rádio e tevê. Devem ser denunciadas as trapaças do governo Trump contra o Brasil apoiadas pelo bolsonarismo. O povo deve ser convocado à luta para defender a soberania brasileira. Os setores burgueses que apoiam a taxação, seja por qual argumento, devem ser tratados pura e simplesmente como traidores da pátria. Deve-se cobrar punições judiciais pesadas aos envolvidos diretamente na costura dessa decisão estadunidense.

Ao mesmo tempo não se pode esquecer, nessa jornada de luta que se abre, que uma adesão de massa em defesa do Brasil requer melhoria imediata nas condições de vida do povo. Acabar com a escala 6 x 1 e dar um fim ao teto de gastos do arcabouço fiscal é uma sinalização importante. Portanto, convocamos todos às ruas para:

* Defender o Brasil e a soberania nacional!

* Contra a política imperialista de Trump de ataque ao Brasil!

* Cadeia para Bolsonaro e todos os traidores da pátria!

* Melhorar as condições de vida do povo!

Liga Comunista Brasileira – LCB