Sobre o conflito na Ucrânia
No dia 04 de novembro último, segundo informações do governo russo, o presidente Vladimir Putin, entregou prêmios estatais a pesquisadores e projetistas que desenvolvem armamentos estratégicos russos, incluindo o novo míssil de cruzeiro Burevestnik, movido a energia nuclear, e o torpedo ou drone aquático Poseidon, também movido a energia nuclear.
Em uma cerimônia com os pesquisadores e projetistas premiados, Putin disse. “O resultado que vocês alcançaram é, sem exagero, de importância histórica para nossa nação, garantindo segurança e paridade estratégica pelas próximas décadas, podendo-se afirmar com segurança que por todo o século XXI”.
Desde que anunciou o Burevestnik pela primeira vez em 2018, Putin tem apresentado a arma como uma resposta às medidas dos EUA para construir um escudo antimíssil após Washington ter se retirado unilateralmente do Tratado de Mísseis Antibalísticos de 1972 em 2001, e para ampliar a aliança militar da OTAN.
O teste do míssil nuclear Burevestnik, foi anunciado em 21 de outubro, segundo informações do governo russo, trata-se de uma arma que consegue escapar de qualquer sistema de defesa. A arma é chamada de 9M730 Burevestnik, que significa “petrel”, um tipo de ave marinha, e foi apelidada de SSC-X-9 Skyfall pela OTAN.
Nos testes o míssil viajou 14 mil km e ficou no ar por cerca de 15 horas, quando foi testado em 21 de outubro. O presidente russo, Vladimir Putin, descreveu a arma como invencível e que “é um produto único, que ninguém mais do mundo tem”.
Uma semana depois, no dia 29 de outubro, Moscou testou com “enorme sucesso” o torpedo submarino Poseidon, que tem capacidade nuclear. é movido a energia nuclear, semelhante ao Burevestnik. O Poseidon, um super torpedo seria capaz de desencadear ondas radioativas no oceano para tornar as cidades costeiras inabitáveis, pode destruir qualquer barco no oceano, inclusive os porta-aviões..
Estas novas armas, surgem em meio ao que Putin chamou de uma “corrida armamentista global” – principalmente entre os Estados Unidos, a Rússia e a China – para modernizar e desenvolver os arsenais nucleares.
Estes dois armamentos mudam a correlação de força no planeta Terra, O Burevestnik é um míssil de cruzeiro que pode transportar uma carga nuclear a qualquer parte do globo terrestre com alta precisão, tanto o Posseidon como o Burevestnik possuem uma instalação de energia nuclear que permite permanecer em movimento por um tempo indeterminado, em outras palavras, “é uma usina nuclear em miniatura que transporta um míssil.
Quando analisamos mais detalhadamente a tecnologia presente nestas duas armas e o seu poder de destruição, no ar, no mar e em terra, e a inexistência de tecnologia para abate-las, percebemos a presa em que Trump tem para estabelecer um acordo para o fim da Guerra da Ucrânia. Esta presa pode estar relacionado com a existência destas armas, e da capacidade superior da Rússia no campo de batalha. Não há dúvida que estas armas, seus teste e sua capacidade são conhecidas pelos norte americanos muito tempo antes de serem divulgadas na imprensa.
Com o cenário do campo de batalha cada vez mais desafiador, Trump negociou com a Rússia desde o mês de agosto, quando fracassou o encontro dos líderes no Alasca, um novo esboço para o fim do conflito, este esboço apresenta 28 pontos, citamos alguns principais.
Pelos termos divulgados pela imprensa internacional, Estados Unidos e aliados reconheceriam a soberania russa sobre a Crimeia, o Donbass e outras áreas ocupadas., em troca, Kiev receberia garantias de segurança de Washington e da Europa, além de zonas desmilitarizadas nas regiões de retirada ucraniana. No Donbass, a Ucrânia teria de ceder toda a região, incluindo cidades ainda controladas por Kiev, como Kramatorsk e Sloviansk.
O Exército da Ucrânia seria reduzido pela metade, perderia armas de longo alcance e ficaria proibido de receber tropas estrangeiras. O russo se tornaria idioma oficial. O pacote ainda inclui a suspensão das sanções contra Moscou e admissão na Rússia no G8.
O rascunho do plano inclui um compromisso de que a Ucrânia não se juntará à Otan, que a Otan não estacionará tropas na Ucrânia, e que caças europeus serão estacionados na Polônia.
Além disso, o plano faria com que “todas as partes” na guerra “recebessem anistia total pelas suas ações durante a guerra e concordassem em não fazer quaisquer reivindicações ou considerar quaisquer queixas no futuro Também requer eleições ucranianas dentro de 100 dias.
Países europeus se opuseram ao plano, que, segundo fontes, exigiria que a Ucrânia cedesse mais território e se desarmasse parcialmente, condições há muito vistas pelos aliados da Ucrânia como equivalentes à capitulação.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou, no dia 21/11, que a liderança ucraniana, na figura do presidente Volodymyr Zelensky, “não possui informações objetivas” sobre o que ocorre no campo de batalha ou, caso possua, “não consegue avaliá-las”. Putin citou a recente tomada da cidade de Kupyansk, ocupada pelas forças russas no início de novembro, para acusar Kiev de subestimar a situação militar. Segundo ele, caso a Ucrânia rejeite discutir o plano de paz apresentado pelos Estados Unidos, eventos semelhantes “inevitavelmente se repetirão em outros trechos importantes da linha de frente”.
Com o inverno se aproximando na guerra de quase quatro anos, as tropas russas ocupam quase um quinto da Ucrânia, a Ucrânia enfrenta problemas de recrutamentos, falta de equipamento Militar, Washington sinalizou para Zelensky que Kiev deve aceitar o quadro elaborado pelos EUA para encerrar a guerra. Talvez a presa de Trump não se explique pela chegada do inverno, mas pelo reconhecimento que Burevestnik e Poseidon deram a Rússia hegemonia militar, assim como a Bomba Atômica em 1945 deu hegemonia militar aos Estados Unidos.
Liga Comunista Brasileira
26 de novembro de 2025