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A DEFESA DA SOBERANIA NACIONAL PASSA PELA LUTA POR DIREITOS SOCIAIS.

Uma manchete da Folha de São Paulo na semana passada ecoou o retrato do mercado de trabalho no Brasil. Lojistas e donos de confecções na região do Brás, em São Paulo, reclamam das dificuldades na contratação de funcionários. Pouco tempo atrás, um empresário apelidado de Rei do Ovo, denunciou os “viciados em bolsa família” e alertou para dificuldades de contratação. Na verdade, as pessoas avaliam se vale a pena receber pouco mais do que um salário mínimo em jornadas extenuantes e sem hora para acabar e até morar no emprego, como nas vagas oferecidas pelo membro da “realeza oval”.

Bastou uma pequena melhora nos índices de emprego para evidenciar a situação das relações de trabalho no Brasil. Duas reformas trabalhistas – uma votada no Congresso Nacional e outra decretada pelo STF – aprofundaram as condições aviltantes da exploração do trabalho. Terceirização nas atividades fim, restrições de acesso à justiça do trabalho, legalização da pejotização, redução do papel dos sindicatos e uberização levaram à redução de salários, extensão da jornada e riscos maiores à saúde e segurança dos trabalhadores.

Enquanto a superexploração dos trabalhadores faz com que o salário pago seja inferior ao mínimo necessário à sua reprodução, os ganhos do capital são cada vez maiores. A Uber, estrela da chamada economia digital, aumentou o preço das corridas em 44% em média esse ano, contra um IPCA de 4%. Os motoristas ganham a mesma coisa, com a mordida no valor das corridas ficando em 40%.

Os empregos gerados no último período são com remuneração abaixo dos dois salários-mínimos, no regime do 6×1 e que não aproveitam a qualificação e formação de quem se emprega. As relações de trabalho aviltadas pesam no mal-estar social generalizado e influem nos índices de aprovação do governo, a despeito dos números da macroeconomia.

No momento em que Trump e o fascismo ameaçam a soberania nacional e as liberdades democráticas, é preciso que a classe trabalhadora se mobilize em torno dos seus interesses. A luta pelos direitos sociais e do trabalho não está desligada das questões nacionais e democráticas.

Mais do que nunca, a campanha do Plebiscito Contra a Escala 6×1 deve ser fortalecida. A LCB conclama que a mobilização em torno do Plebiscito seja intensificada. Da mesma maneira, as manifestações pela soberania nacional no dia 7 de setembro devem ser convocadas nos locais de trabalho, estudo e moradia.

A luta pelo socialismo em nosso país ganha significado concreto ao se lutar pela soberania nacional, pelas liberdades democráticas e pelos direitos sociais e do trabalho.

Liga Comunista Brasileira – LCB

20 de Agosto de 2025