É PRECISO MEDIDAS EMERGENCIAIS PARA DEFENDER A NOSSA SOBERANIA.
Poucas vezes na história o nosso país recebeu ameaças tão diretas contra sua soberania e sua integridade. A embaixada estadunidense se mostra um centro de provocações, com vistas a tensionar as relações entre Brasil e EUA e desestabilizar a economia e a sociedade brasileiras.
Nessa ação de desestabilização o governo de Trump conta com o apoio de setores da sociedade brasileira, no meio empresarial, nas Forças Armadas, no Congresso Nacional, na mídia, no judiciário e nas estruturas do Estado Brasileiro. A situação é grave e não pode ser subestimada. A claque de Trump, dentro e fora do nosso país, já demonstrou que não tem limites na sua sanha provocadora e desestabilizadora. Se Trump e seus asseclas brasileiros conseguirem atingir seus objetivos, as consequências serão sentidas pelos trabalhadores e pelo povo em suas condições de existência.
Para tanto, é necessário que diversas medidas sejam tomadas. A ver:
1) Afastamento da vida pública e de cargos da estrutura do Estado de todos os colaboracionistas e agentes do imperialismo. Isso implica em substituições de comandos militares, trocas de embaixadores e suspensão de mandatos parlamentares daqueles que conspiram com governo estrangeiro. A prisão dos conspiradores também é necessária para prevenir a ação contra a integridade do território e da economia popular;
2) Suspensão imediata de todos os acordos militares com os EUA. É falsa a percepção de que as Forças Armadas brasileiras dependem do Pentágono para receber material bélico. О armamento estadunidense operado pelos militares brasileiros é obsoleto e muitas vezes inservível e o Pentágono se recusa a compartilhar tecnologia no estado-da-arte com o Brasil. Devem cessar as atividades em doutrina, treinamento e qualquer cooperação militar com os EUA. Não se pode cooperar com quem trata o Brasil como inimigo. Os oficiais residentes nos EUA devem ser chamados de volta, permanecendo apenas os adidos militares da embaixada brasileira em Washington;

3) Aplicar medidas emergenciais para garantia da segurança alimentar e energética. Retomada imediata de estoques de alimentos governamentais, política de preços dos alimentos para evitar especulação e o fortalecimento das estruturas públicas de abastecimento. Reestatização da Eletrobras, aproveitando o momento de renovação das concessões de distribuição para retomar esse serviço pelo governo. O setor elétrico não pode ficar na mão da Aneel, com ‘mandato’ e diretores bolsonaristas. Centralização imediata da cadeia de óleo e gás, com controle estrito das exportações e comércio de recursos petrolíferos;
4) Tomar medidas imediatas de fortalecimento da infraestrutura nacional de comunicações e dados. Pode parecer o desafio mais difícil. Porém, o Brasil possui uma base de pesquisa científica, tecnológica e industrial para fazê-lo. Essas medidas passam pela suspensão dos contratos públicos com as Big Techs e о fortalecimento do Serpro, Dataprev, Telebras e Rede Nacional de Pesquisa. Há uma comunidade de profissionais de TI pronta para dar a resposta necessária;
5) Estreitamento da cooperação Sul-Sul e da integração latino-americana, com vistas a diversificação do comércio, do compartilhamento de tecnologias e de ações conjuntas em defesa paz, do meio ambiente e da autonomia dos povos;
6) Diminuir a dependência do dólar nas trocas internacionais. As reservas brasileiras devem ser diversificadas, convertendo partes em ouro, euros, yuans, rublos e rúpias. No âmbito da América Latina, estimular as trocas em moedas nacionais. Não podemos depender do Swift e dos mecanismos financeiros controlados por Washington;
7) Proceder ações diplomáticas, políticas e jurídicas para proteger as pessoas sancionadas pela legislação de exceção estadunidense.
Essas medidas são emergenciais e claramente insuficientes para efetuar as transformações que o povo brasileiro necessita. Mesmo iniciais e um tanto tímidas, o governo brasileiro reluta em aplicá-las. Bradesco, Itaú e BTG já procuraram ministros do STF para justificar a aplicação da lei Magnitsky em território nacional. Isso mostra o quanto é necessário não depender das classes dominantes na luta pela soberania.
Faz-se necessário mobilização da classe trabalhadora e do povo para combater as ameaças do imperialismo.
Liga Comunista Brasileira – LCB
13 de Agosto de 2025
