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HOMENAGEM A JARDS MACALÉ

Na segunda-feira, dia 17, o Brasil perdeu o compositor, cantor, autor e produtor cultural Jards Macalé. Carioca da Tijuca, Macalé cresceu na zona sul do Rio de Janeiro, se tornando cedo amigo de artistas como Vinícius de Morais e Grande Otelo. Se liga aos futuros membros da Tropicália, chegando a hospedar Maria Bethânia em sua temporada no show Opinião, em 1965.Foi parceiro José Carlos Capinam, com quem compôs a clássica Movimento dos Barcos, Torquato Neto, Wally Salomão, Moreira da Silva, dentre outros.

Foi produtor e músico do LP Transa, de Caetano Veloso, gravado em Londres. Tido como marginal, sua obra ganhou uma repercussão limitada junto ao público geral. Gravou o primeiro compacto e o primeiro LP em 1973 e 1974, ambos com problemas técnicos, mas com grande riqueza musical, visitando os mais diversos ritmos, como o samba, o xote e a bossa nova.

Em meados dos anos 70, Macalé sofria grandes dificuldades financeiras. Resolveu então realizou o show beneficente de si próprio, o Banquete dos Mendigos. Apresentado no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o show mudou de caráter, de oposição à ditadura militar. Reuniu diversos artistas, quando dedicou o show à Declaração Universal dos Direitos Humanos, como Chico Buarque, Dominguinhos, Paulinho da Viola, Jorge Mautner, dentre outros. O show foi apresentado, desde então, sob forte ameaça de prisão dos artistas e do público.

Teve forte presença no cinema, seja como ator – Amuleto de Ogum, Tenda dos Milagres – ou como compositor de trilhas, como em Macunaíma, Rainha Diaba, O Dragão da Maldade contra O Santo Guerreiro. Também marcou presença na vida teatral do Rio de Janeiro. A obra de Macalé, tida como maldita e marginal, tem grande influência na cena musical e artística brasileira, e terá o reconhecimento necessário.

Para quem quiser saber mais sobre sua obra divulgamos aqui um pequeno trecho do documentário “Macalé”: https://www.youtube.com/watch?v=kNqjiV2DT1E.

Liga Comunista Brasileira

21 de novembro de 2025