OS LONGOS 80 ANOS DO PARTIDO DO TRABALHO DA COREIA.
A Liga Comunista Brasileira (LCB) saúda os 80 anos do Partido do Trabalho da Coreia
Por 35 anos, a Península Coreana viveu sob a violenta dominação colonial japonesa. Durante esse período, os colonizadores impuseram um desenvolvimento capitalista voltado apenas aos seus próprios interesses, enquanto o povo coreano era submetido a condições de escravidão, sem direito à expressão pública de sua cultura e idioma. Trabalhavam sem retorno financeiro, famintos e mal vestidos, violentados, presos e assassinados por resistirem à colonização. As mulheres eram tratadas como mercadorias, exploradas pelos colonos japoneses conforme sua vontade.

Em meio a essa barbárie, o jovem Kim Il Sung organizava a resistência armada revolucionária marxista-leninista. Entre as organizações criadas, destacou-se a União para Derrotar o Imperialismo (1926), que acumulou valiosa experiência teórica e prática na luta, sobretudo durante a Guerra Anti-Japonesa. Com a rendição do Japão em 1945, as forças revolucionárias, sob a liderança de Kim Il Sung, fundaram o Partido do Trabalho da Coreia, então denominado Partido Comunista da Coreia.
Nos últimos anos da Guerra Anti-Japonesa, os Comitês Populares já se formavam em toda a península como estruturas de poder do povo coreano após a libertação. A Conferência de Moscou de 1945 tratou da questão coreana e propôs uma “tutela provisória” da península, supostamente para preservar a liberdade do povo coreano de construir um Estado autônomo. Os Estados Unidos alegaram que os coreanos não possuíam capacidade de autogoverno, defendendo a administração por potências estrangeiras. Já a União Soviética, apoiada na experiência dos Comitês Populares e do Partido do Trabalho, sustentou que o próprio povo coreano tinha plena capacidade para edificar um Estado independente.
Contudo, sob o pretexto da tutela, os Estados Unidos invadiram o sul da península, desmantelando os Comitês Populares, perseguindo as forças revolucionárias e instalando um governo fantoche alinhado a seus interesses. No norte, com a presença representativa soviética, os Comitês Populares se mantiveram ativos e realizaram, em 1946, eleições gerais nas quais o Partido do Trabalho conquistou maioria expressiva, impulsionado pelo prestígio de Kim Il Sung e sua liderança na luta anti-japonesa.
A partir daí, iniciaram-se amplas reformas democráticas orientadas pelo Partido e por Kim Il Sung: Reforma Agrária, Lei de Igualdade de Gênero, nacionalização das indústrias e planejamento econômico. Simultaneamente, surgiram organizações de massa para superar o sistema feudal e colonial japonês, como a União Socialista das Mulheres (1945), a Liga da Juventude Socialista (1946), a Federação dos Sindicatos da Coreia (1945) e a União das Crianças da Coreia (1946). Essas entidades elevaram a consciência revolucionária das massas, consolidando a base do novo Estado.
Em 1946, o Partido Comunista da Coreia fundiu-se com o Novo Partido Popular da Coreia, adotando o nome Partido do Trabalho da Coreia, o partido dos operários, camponeses e intelectuais, representante das massas trabalhadoras. Sob a direção de Kim Il Sung, o PTC tornou-se a força política mais avançada do norte da península, capaz de compreender as contradições da época e formular caminhos para superá-las.
Desse processo nasceram o Exército Popular da Coreia (1948) e, no ano seguinte, a República Popular Democrática da Coreia (1949), em resposta à ofensiva reacionária e à ocupação estadunidense no sul. Diante do risco iminente de guerra, o PTC consolidou o Estado e as forças armadas como instrumentos de defesa da soberania nacional.
Em 1950, as forças imperialistas e reacionárias invadiram o território da RPDC. Graças à organização do Partido e à consciência revolucionária acumulada, o Exército Popular sustentou uma poderosa ofensiva, libertando quase todo o território sul-coreano, incluindo Seul. A ONU interveio ao lado dos invasores, transformando o conflito em um genocídio. Mesmo diante da destruição total e das atrocidades cometidas pelos imperialistas, o povo coreano resistiu heroicamente e conquistou a vitória com o armistício de 1953, que representou a derrota militar dos Estados Unidos, então a maior potência capitalista do mundo.
Após a guerra, o Partido do Trabalho dirigiu a reconstrução nacional, reerguendo as cidades devastadas, fortalecendo a consciência revolucionária através da Ideologia Juche, fundamentada no marxismo-leninismo, e consolidando o socialismo. A RPDC ingressou na década de 1960 como um país em rápido desenvolvimento e exemplo mundial, enquanto o sul vivia sob uma sangrenta ditadura militar sustentada pelo imperialismo.
Mesmo após o armistício, o PTC manteve viva a causa da reunificação da pátria sob a liderança do Presidente Kim Il Sung. Promoveu a solidariedade com as forças revolucionárias do sul e defendeu a reunificação pacífica, até que as hostilidades estadunidenses nas décadas seguintes, sobretudo nos anos 1990 e 2000, forçaram a RPDC a priorizar a defesa nacional. Em 2024, sob a direção do Máximo Dirigente (Presidente da Comissão de Assuntos Estatais), Camarada Kim Jong Un, o Partido abandonou oficialmente a política de reunificação pacífica, diante das contínuas agressões imperialistas.
Apesar das crises, como a queda do bloco socialista e a “Árdua Marcha” dos anos 1990, o PTC manteve-se firme, guiando o povo coreano pela via da autodefesa e da soberania. Sob a direção do Camarada Kim Jong Il, foi implementada a política Songun, que fortaleceu o princípio de defesa nacional e conduziu ao desenvolvimento do arsenal nuclear como garantia da existência do Estado socialista.
Graças a essa trajetória, a República Popular Democrática da Coreia, guiada pelo Partido do Trabalho e suas lideranças, segue firme na luta anti-imperialista e no desenvolvimento socialista. Hoje, entrega moradias ao povo, expande a infraestrutura, moderniza a agricultura e a indústria, amplia o acesso aos serviços públicos e eleva a qualidade de vida das massas, honrando o prestígio e a confiança que o povo coreano deposita no Partido do Trabalho da Coreia.
Internacionalismo Vivo
No campo do internacionalismo, a RPDC e o Partido do Trabalho da Coreia são grandes referências pelo apoio às lutas de emancipação do povo negro, às batalhas pela independência diante do domínio colonial e imperialista e às revoluções contra o poder burguês. Hoje, a RPDC é um símbolo de solidariedade à resistência do povo palestino frente ao genocídio promovido pelo Estado ilegítimo de Israel. Misséis de fabricação coreana têm sido utilizados por forças da resistência palestina, e as constantes denúncias do genocídio nos jornais e pelos governantes da RPDC cumprem papel fundamental ao desmascarar a máquina imperialista que tenta rotular os palestinos como terroristas. A RPDC e o PTC seguem firmemente comprometidos com a luta internacionalista, sempre prontos a contribuir pela verdadeira liberdade dos povos e contra o colonialismo, o imperialismo, o reacionarismo e a dominação burguesa.
Nossa Esperança e Futuro
Ainda vivemos hoje um período de retração do movimento revolucionário internacional, mas a RPDC mantém-se firme, avançando sem jamais renunciar ou recuar em seus princípios revolucionários. Falar sobre a Coreia é reacender a esperança na libertação popular e na emancipação de nossa classe. Devemos transformar o interesse do povo brasileiro pela chamada “Coreia do Norte” em uma arma de consciência e esperança para a classe trabalhadora, mostrando que na RPDC não há moradores de rua, todos possuem moradia digna e que, portanto, outro mundo é realmente possível.
Diante desse cenário, nós, revolucionários brasileiros, devemos permanecer atentos e conscientes quanto à experiência coreana e ao legado dos 80 anos do Partido do Trabalho da Coreia, que tanto tem a contribuir para o fortalecimento de nossa própria luta nacional.
Hoje, a RPDC e o PTC são um dos principais alvos dos ataques anticomunistas globais. A imprensa reacionária tenta diariamente difamar o país com mentiras e propaganda imperialista. Compreender a questão coreana é compreender o mecanismo do anticomunismo moderno, e ao fazê-lo, fortalecemos nossa consciência internacionalista e elevamos a capacidade de desenvolver e impulsionar nossa própria luta nacional, inspirados na sólida e heroica experiência dos nossos irmãos coreanos.
Viva o movimento de solidariedade à Coreia Popular no Brasil!
Viva o Partido do Trabalho da Coreia e seus 80 anos de lutas e vitórias!
Viva a República Popular Democrática da Coreia, a revolução coreana e o povo coreano!
Viva o Secretário Geral do Partido do Trabalho da Coreia, Camarada Kim Jong Un!
Liga Comunista Brasileira – LCB
17 de outubro de 2025
