SOLIDARIEDADE AO POVO VENEZUELANO! FORA TRUMP! ABAIXO O IMPERIALISMO!
A Venezuela está na iminência de sofrer um ataque dos Estados Unidos. A justificativa de Trump para uma ação armada ilegal contra o governo e o povo venezuelanos, baseia-se na grosseira mentira de que o presidente Nicolás Maduro comandaria uma organização narcotraficante.
Mas, segundo o Relatório Mundial sobre Drogas da ONU de 2025, na Venezuela não se encontram nem grandes plantações e nem operam cartéis de drogas. Além do mais, quase 90% da droga consumida nos Estados Unidos entra pela rota do Pacífico. E o fentanil, droga opioide mais consumida nos Estados Unidos e principal causa de morte entre pessoas com menos de 50 anos no país, é produzida em grande parte internamente.
Justificar a invasão da Venezuela por suposta participação de membros do alto escalão do Estado na operação de uma rede de narcotráfico não se sustenta. A mentira da guerra contra as drogas se assemelha ao discurso da guerra contra o terrorismo usado pelos Estados Unidos após os ataques do 11 de setembro de 2001. De acordo com pesquisa feita pela Brown University, mais de 4,5 milhões de pessoas morreram e 36 milhões foram deslocadas por causa da chamada guerra ao terror.
O interesse gringo em atacar a Venezuela, portanto, não é desbaratar o narcotráfico, mas derrubar o governo bolivariano, substitui-lo por um governo “não-hostil” e se apropriar das imensas riquezas de petróleo do país. A Venezuela tem hoje as maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo, 303 bilhões de barris.
Maria Corina Machado, representante da extrema-direita venezuelana, e recentemente laureada com o prêmio Nobel da Paz, em entrevista na semana passada declarou abertamente suas intenções caso assuma o poder: entregar toda a riqueza petrolífera do país aos Estados Unidos. Para atingir esse objetivo, a “democrata e pacífica” Corina Machado defende uma invasão do seu próprio país pelos Estados Unidos.
No Brasil, com uma opinião pública adestrada pelos meios de comunicação a odiar a Venezuela, a invasão do nosso vizinho é bem recebida. Mas, um ataque bem-sucedido capaz de depor Maduro representaria o fim da Revolução Bolivariana e exorcizaria uma experiência que, sem ignorar seus limites e contradições, questiona os privilégios da classe dominante latino-americana e o papel subalterno de nossos países no sistema imperialista.
A Venezuela é o alvo imediato de um ataque cujo objetivo estratégico é o Brasil. E acontecerá numa região de vastas riquezas naturais, mas, com fronteiras permeáveis, com uma população em parte desenraizada e marcada pela presença de organizações criminosas apoiadas no Brasil por facções políticas burguesas como o bolsonarismo. Para a classe dominante, e setores reacionários das camadas médias do Brasil e dos países da América Latina, nada disso importa. Interessa-lhes manterem seus privilégios reais ou imaginários. E aceitam de bom grado uma guerra numa região cobiçada pelo imperialismo, mesmo ao custo de colocar em risco a integridade territorial das nossas nações. Importa-lhes apenas se livrarem de um fantasma que as assombra, o de uma revolução popular, democrática, igualitária e anti-imperialista.
Às massas trabalhadoras do Brasil não interessa uma guerra. Defendemos a paz e o direito à autodeterminação do povo venezuelano. Ao mesmo tempo defendemos seu direito de se defender por qualquer meio de um ataque militar estadunidense.
É preciso cobrar do governo Lula posições mais enfáticas de repúdio a qualquer ataque ou tentativa de desestabilização da Venezuela. E, também, os setores mais politizados das massas trabalhadores precisam denunciar a ameaça iminente de guerra e as justificativas mentirosas usadas pelo imperialismo. Por fim, tal como na Espanha Republicana há quase 100 anos, precisamos organizar brigadas internacionais de solidariedade ao povo venezuelano. Nesse país-irmão, pátria de Bolívar e Chávez, joga-se nesse momento o destino da luta operária e popular na América Latina.
Liga Comunista Brasileira – LCB
22 de outubro de 2025